Avenida Central

Onde os Pretos Somos Nós

| 2 Comentários | Partilhar
«Se não servirem para mais nada, as manifestações de trabalhadores ingleses contra a contratação de operários estrangeiros, incluindo portugueses, podiam ter, ao menos, o benefício de levar certos cidadãos nacionais – os que organizam manifestações contra os pretos, ucranianos, ciganos e demais imigrantes e os que concordam com eles, mais ou menos silenciosamente - a pensar, uma vez na vida que fosse, e a perceberem que há muitos sítios no mundo onde os pretos somos nós, a suposta e superior “raça portuguesa”.»

Brilhante, no Teatro Anatómico.

Esta Gente Veio do Terror

| 15 Comentários | Partilhar


O que disse D. José Policarpo é absolutamente inacreditável. Abatam-se os imigrantes, essa gente que veio do terror e do Ocidente e do Oriente como diz o Evangelho.

A ler:
Apresento-vos o verdadeiro egoísta :: Não há alusão bíblica que salve

Racismo Nunca Mais (II)

| 4 Comentários | Partilhar

Racismo Nunca Mais

| 38 Comentários | Partilhar
Fez-se notícia da história de um menino que foi arrancado de um baloiço da Avenida Central pelo pai de outra criança. Segundo a queixa apresentada, o pai alegou que o seu filho teria mais direito a usufruir do espaço público do que os cidadãos de tez preta, oriundos de outros países. Se o acto é dantesco, as motivações alegadas são uma verdadeira monstruosidade.

Num país que se arregaça e se aprimora para receber os turistas dos países ricos da Europa do Norte, não é nada lisonjeiro constatar que as expressões de xenofobia e racismo são mais do que meras excentricidades de uma extrema destra e mais lesta que numerosa.

Tomemos como exemplo o futebol, um cenário que tende a hiperbolizar a expressão das emoções mais genuínas: os adeptos repetem as “bocas” xenófobas e os assobios racistas; os jornalistas acentuam a tónica, interpretando de maneira desigual o mesmo vaiar quando destinado a um jogador branco ou preto; os próprios jogadores não se coíbem de repetir insinuações xenófobas e racistas.

Mesmo sabendo que não havia impedimentos jurídicos para a convocatória de Deco, vários colegas de profissão, pretensos ídolos de uma geração, criticaram abertamente a chamada do jogador, fundamentando a sua oposição exclusivamente na origem do mesmo. Mas o que é que Cristiano Ronaldo tem que Deco não tenha? O que é que justifica que possam ser olhados de maneira tão diferente?

Aparentemente nada. Nada que não se possa justificar na tacanhez mental de quem vê portugalidade no local do parto. Mas estas profissões de fé acabam, invariavelmente, por dar maus resultados e ainda me hei-de rir no dia em que a sangria de serviços de saúde provocar o nascimento do nosso próximo desportista prodígio num qualquer quarto da Maternidade de Badajoz.

Os actos de racismo e xenofobia são invariavelmente arremessados contra seres humanos oriundos dos países que alguma gente gosta de assumir como culturalmente inferiores. Gente da mesma argamassa mental daquele Nobel senhor que, por estes dias, veio insinuar a superioridade genética dos brancos relativamente aos negros. Gente da mesma índole de uns senhores que gostam de pavonear, num diário local, ignorantes teorias supostamente científicas sobre a vida dos outros.

Eu não embarco em portuguesismos bacocos. Tenho assumidamente mais em comum com os guineenses e os brasileiros que respeitam do com os energúmenos portugueses que instilam o racismo, a xenofobia ou qualquer outra forma de discriminação, seja por palavras, por actos, por crenças, por ideias políticos ou por omissões. E a Avenida Central deveria ser a mais cosmopolita das nossas praças.

[Versão integral no ComUM Online]

Esta Polónia não é Europa

| 2 Comentários | Partilhar
Associamo-nos à iniciativa do blog Devaneios Desintéricos, manifestando a nossa total indignação perante a deriva fascista e desrespeitadora da Declaração Universal dos Direitos Humanos que está a ser levada por diante na Polónia.

Exmo Sr Embaixador da Polónia,
Ciente do árduo percurso do Povo do seu país rumo a uma Democracia expurgada de totalitarismos como os que historicamente se abateram sobre a Polónia, é com genuína inquietação que assisto à implementação de medidas governativas tendentes a instaurar um clima de desrespeito pelos mais basilares Direitos Humanos. As soluções propugnadas pelo executivo de Varsóvia, ao terem como consequência o desrespeito pela liberdade de não prossecução de um dado credo, a perseguição de minorias sexuais e modelos familiares atípicos, assim como as sugestões vindas a público de uma proibição total do aborto ou, por outro lado, a apologia da pena de morte feita por alguns membros do Executivo que representa, traduzem uma divergência inaceitável com os valores que assumimos comuns nesta União Europeia.
Ciente que o Povo polaco, como outrora, saberá levantar-se contra a instauração da intolerância e do desrespeito pela dignidade humana, junto de vós lavro o presente protesto.


Enviem esta carta para o endereço politica.embpol@mail.telepac.pt
"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

Pesquisar no Avenida Central




Subscreva os Nossos Conteúdos
por Correio Electrónico


Contadores