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Braga é, Mais Coisa Menos Coisa, Isto...

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Gemma Atkinson

Ricardo Vasconcelos, o chefe de redacção do Correio do Minho, ficou horrorizado com a programação erótica que a SIC escolheu para a noite de ano novo. O jornalista confessa que «o trabalho que a Miss [Liliana Queirós] fez para a Playboy há cerca de um ano» foi «algo nunca antes visto», chegando mesmo a comparar a blasfémia sensual da SIC às bombas que Israel lançou sobre os Palestinianos: «E, tal como em Gaza, valeu quase tudo, mesmo transmitir um programa erótico pouco depois da meia-noite

A resposta ao azedume moralizador de Ricardo Vasconcelos chegou, imagine-se, pelo Diário do Minho, o jornal da Diocese
. «Suprema ironia, na capa da edição da tomada de posição obtusa, o jornal que diariamente publicita prostituição ostentava uma foto de página inteira de uma modelo completamente nua, ao melhor estilo das suas edições diárias», assim escreveu o sempre acutilante Joaquim Martins Fernandes.

À missiva de Martins Fernandes, respondeu Vasconcelos com uma homilia digna de calma leitura e ainda mais lenta digestão. Confessando-se ex-seminarista, deixa escapar que os valores que defende para a sua vida podem não corresponder aos que o Correio do Minho apresenta na linha editorial da qual ele mesmo, o próprio, é chefe de redacção. A pérola, contudo, estava guardada para o remate final: «não sendo eu ninguém para julgar os comportamentos dos outros, a justiça de Deus será feita.» Resta saber como...

O assunto assim contado parece digno de filme de comédia, mas o retrato é trágico e fiel da beatice da cidade. Aos que não salivam nem querem deixar salivar com a sensualidade de Liliana Queirós, convirá lembrar as sábias palavras de Sophia de Mello Breyner Andressen:

As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas
.

Associação Ateísta Solidariza-se com Cardeal

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«A Associação Ateísta Portuguesa (AAP), sem se rever nos conselhos do Sr. Patriarca, José Policarpo, às católicas jovens que eventualmente queiram casar com muçulmanos, manifesta-lhe pública solidariedade perante a onda de falsa indignação com que pretendem impedir-lhe o direito à livre expressão e aos conselhos que entende dar.

Carecem de legitimidade moral para condenar o patriarca, por sinal bastante tolerante, para um bispo, os que defendem a poligamia, a discriminação das mulheres, a decapitação dos apóstatas e a lapidação das mulheres adúlteras e pretendem que o Corão substitua o Código Penal.

Antes de se manifestarem ofendidos com o cardeal, os líderes islâmicos em Portugal devem penitenciar-se do seu silêncio perante as ditaduras teocráticas do Médio Oriente e o carácter implacavelmente misógino do Islão. Face a qualquer mullah até Bento XVI parece um defensor dos Direitos do Homem.

Quem pretende que compreendam os seus preconceitos tem de os explicar com clareza. E quem quiser que respeitem as suas crenças tem de demonstrar que estas merecem algum respeito. Falta aos muçulmanos europeus explicar a que tipo de regime submeteriam os não muçulmanos se deixássemos que Alá se tornasse grande e Maomé fosse o único profeta. Falta-lhes justificar porque havemos de respeitar as suas crenças acerca das mulheres, dos apóstatas, dos outros crentes, dos ateus e de todos que critiquem a sua religião.

Mas compete também aos bispos católicos fazer o mesmo. Explicar o que fez a sua religião pela democracia e pelo livre-pensamento, sabendo-se que a derrota política da Igreja está na origem das liberdades individuais de que gozamos. E justificar porque hão de merecer respeito as crenças católicas acerca das mulheres, do divórcio, do sacerdócio, da homossexualidade e do que é ou não é pecado.

Não são só os muçulmanos que criam um "monte de sarilhos" sem necessidade. A AAP recorda que as três religiões do livro – judaísmo, cristianismo e islamismo – são anti-humanas e patriarcais. A misoginia não é uma tara exclusiva do Islão mas apanágio do texto bárbaro da Idade do Bronze – o Antigo Testamento –, herdada pelas referidas religiões. O racismo, a xenofobia, a misoginia e a homofobia são valores do Antigo Testamento.

As três religiões não têm feito mais do que reproduzir esses valores cruéis e obsoletos sendo o Islão, actualmente, a religião que mais implacavelmente se bate pela manutenção do obscurantismo.

A AAP reitera o seu firme propósito de defender as liberdades, nomeadamente a religiosa, do mesmo modo que defende o direito à descrença e à anti-crença.»

[Associação Ateísta Portugesa, via Jugular]

«A minha religião é melhor do que a tua»

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Killed while they played football, [via]

Jesus Vai ao Comício? (II)

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«A Igreja Católica, que tantas vezes acusa Estados e governos europeus de interferirem com a sua acção, decidiu novamente tomar uma atitude inaceitável em Espanha. Depois do arranque da campanha eleitoral do PP ter sido uma manifestação promovida por bispos em Madrid, agora a Conferência Episcopal emitiu uma nota pastoral em que basicamente dá recomendações contrárias ao PSOE para as legislativas de Março.

A Igreja vai por um mau caminho e o PP, que parece estar a ser tutelado pelo Vaticano, ainda mais. A partir do momento em que participa numa campanha desta forma, a Igreja exalta instintos religiosos com motivações políticas e terá de ser responsabilizada por isso. Uma vitória do PSOE nestas eleições significará não só uma derrota do PP, mas também -- sobretudo? --, uma derrota da Igreja Católica. Foi a sua cúpula que assim escolheu, infelizmente.»

Tiago Barbosa Ribeiro, Kontratempos

Jesus Vai ao Comício?

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Depois de ter participado em todas as negociações com a ETA, a Igreja Católica Espanhola mudou de opinião, apelando aos eleitores para não votarem naqueles que promoveram as conversações que eles próprios aplaudiram e em que chegaram mesmo a participar.

Habituados a reclamar das pretensas intromissões do Estado na vida das confissões religiosas, os pastores católicos espanhóis não hesitaram em apelar ao voto no PP, tomando parte no folclore da campanha eleitoral. A prática é comum em países terceiro-mundistas como o Irão ou Sudão, mas configura-se como um perigoso precedente na Europa democrática.

Será que Jesus também vai ao comício do PP?

Leitura complementar:
Nota de la Comisión Permanente de la Conferencia Episcopal ante las elecciones
Los obispos hacen campaña contra el PSOE :: El País
Los obispos critican al PSOE y sonríen al PP :: Publico.es
El PSOE dice que es 'inmoral que los obispos utilicen el terrorismo para hacer campaña' :: El Mundo
Bispos espanhóis criticam Zapatero em nota de orientação para as legislativas :: Público
Bispos católicos entram em campanha contra PSOE :: Jornal de Notícias
Partido liderado por Zapatero responde à nota episcopal :: Jornal de Notícias
Igreja apela a voto contra Zapatero :: Correio da Manhã

Estamos condenados a acreditar? (II)

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Helena Matos, no Blasfémias, descreve mais uma das muitas guerras contra os que se recusam acreditar, crónica de intolerência em nome de deus.

A cara devia encher-se-lhes de vergonha

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O Público noticia mais um capítulo da cruzada civilizacional da Igreja Católica. Desta feita, o alvo é a Amnistia Internacional, uma organização que tem sido incansável na defesa dos Direitos Humanos.

O cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício do Vaticano para a Justiça e Paz, defende que os indivíduos e as organizações que se sintam identificados com os princípios católicos devem retirar o seu apoio à Amnistia Internacional, depois de esta organização se ter declarado a favor da prática do aborto em certos casos, como violações e risco de vida para a mulher.

A Amnistia Internacional sempre se declarou neutral em relação à polémica sobre o aborto. Mas em Abril passado rompeu com esse silêncio, defendendo a prática em casos de violação ou sempre que a saúde ou a própria vida da mulher esteja em perigo, pressupostos que, segundo Martino, são moralmente indefensáveis.

A Igreja Católica tem o direito de dizer o que lhe apetecer aos seus fiéis e de financiar as instituições que bem entender. Mesmo que o critério seja "a defesa do aborto em condições de violação dos direitos humanos..." O que é certo é que Jesus Cristo coraria de vergonha se visse a acção desta Igreja que reclamam como sua e que se verga perante tantas atrocidades, preferindo atacar quem trabalha na defesa dos direitos humanos.

Crise do Golfo

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"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

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