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O XVIII Governo Constitucional

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Habitual Crónica de Luís Soares

No dia de ontem, o Partido Socialista divulgou a sua proposta para o XVIII Governo Constitucional da República Portuguesa. Num Governo sem maioria absoluta, confirmou-se que algumas das pastas ministeriais mais agastadas foram revistas (Educação; Cultura; Agricultura; Justiça; Ambiente).

À parte da Cultura, pasta que, naturalmente, preocupará os Vimaranenses, pelo facto da CEC2012 ser abrangida por esta legislatura, é no ministério da Educação, o mais controverso do anterior Governo, que estará o trabalho politicamente mais complicado.

Para o desempenhar, José Sócrates escolheu Isabel Alçada. Reputada escritora, destacou-se com os livros da Aventura que me acompanharam toda a minha infância. A nova “Aventura” de Isabel Alçada é desde logo, pacificar um sector que esteve no anterior mandato em guerrilha constante, promovida em parte, pela inabilidade político-comunicacional de uma ministra que se dispôs a revolucionar a educação, sem os seus profissionais, e em maior parte pelos Sindicatos dos Professores, alguns deles, notoriamente “marionetados” pelos PCP.


Creio que o paradigma da avaliação dos professores nas escolas, não será mais afastado. Ultrapassada a primeira barreira do imobilismo da classe, retroceder será perder todo o trabalho até aqui desenvolvido. No entanto, Ministério de Educação e professores devem devolver à opinião pública em geral, a ideia de dignidade da profissão mais altruísta do mundo, a de ensinar os outros, e que com a guerrilha se foi perdendo.

Relativamente ao Ministério do Trabalho e da Segurança Social, a, para mim, desconhecida Maria Helena André, terá a árdua missão de substituir o agora super ministro “Vieira da Silva” que liderará a pasta da Economia.

Se por um lado Vieira da Silva deixa a casa arrumada para a sua sucessora, por outro lado deixa-a refém de um legado quase irrepetível. Em primeiro lugar porque em sede de concertação social o Governo está notoriamente mais fragilizado e em segundo lugar porque o Estado assistencial, da última legislatura, viverá, nesta, novamente um período de contestação e readaptação com a divulgação do défice excessivo.

No Ministério da Saúde sem a “exuberância” reformista de Correia de Campos, Ana Jorge revelou-se, nas palavras de outrem, “a médica de família que todos gostariam de ter”. Calma e afável a Pediatra de profissão denotou uma excelente capacidade de comunicação, mesmo nas situações mais complicadas, aquando do surto de Gripe A e dos do caso do Hospital de Santa Maria.

Uma última palavra para a Justiça. Alberto Martins, meu conterrâneo, tem a difícil tarefa de credibilizar um dos vértices fundamentais do Estado, capaz de abalar todo o sistema democrático. A par da natural e necessária celeridade processual é fundamental que a justiça seja, efectivamente, financeiramente acessível a todos.

Apesar de tudo, na globalidade, o verdadeiro desafio que se coloca a este Governo, é no seio do Parlamento aguentar uma oposição à esquerda, a julgar pelas primeiras declarações, pouco disponível para os pontuais acordos indispensáveis para governar com estabilidade, para os próximos 4 anos.

2 comentários:

  1. Este governo é como um carro velho e já gasto on de algumas peças mais enferrujadas foram substituidas. Vai continuar ronceiro e em vez de andar a velocidade de cruzeiro, vai atrazar-se cad vez mais.

    Almerindo Margoto

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  2. Mais do mesmo. E um governo de meias-solas, de sapateiro remendão.

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