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Capítulo 28: congresso de além e aquém-mar

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Decorre até amanhã, na Universidade do Minho, o X Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais. Com mais de mil e duzentas comunicações em apenas quatro dias, este evento assume-se como um dos mais importantes marcos do calendário das ciências sociais em língua portuguesa.

Não fosse o facto de a Reitoria da Universidade do Minho ter virado costas à organização, pouco haveria a registar para além dos habituais louvores e elogios à organização e à qualidade das apresentações.

Numa atitude incompreensível, a Reitoria chegou a negar até a simples cedência de instalações. Por esta razão, chegou a ser ponderada a deslocação do evento para a Universidade Técnica de Lisboa, que oferecia à organização as instalações e o equipamento necessário ao congresso.

E se, pelo menos no que concerne ao uso das instalações, a Universidade do Minho reconsiderou, o mesmo não se pode dizer - até ao momento - da taxa de 15% sobre as inscrições e patrocínios.

Apesar de Carlos Silva, coordenador da Comissão Científica do Congresso, rejeitar a ideia de que foram motivações políticas (referindo-se ao facto de ser militante comunista) as que estiveram por trás deste estranho comportamento da Reitoria, parece evidente que as Ciências Sociais continuam a ser parente pobre da Universidade do Minho, quiçá por questões de política interna - já que o Instituto de Ciências Sociais da UM se tem afirmado como um dos núcleos mais fortes de oposição à Reitoria da universidade.

Não deixa de ser irónico, diga-se: os muros que antes separavam a universidade do exterior parecem agora servir para segregar no seu interior.

3 comentários:

  1. Se é assim, começo a compreender a falta de organização que tem rodeado todo este evento. Tenho participado em diferentes congressos e até ao momento nunca vi tal organização.

    Salas sem ninguém, alterações de salas sem aviso prévio, falhas nos livros de resumos (autores, comunicações, posters, etc).

    E isto, só nas que eu estava envolvido...

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  2. Esta equipa reitoral e o seu digníssimo Reitor hão-de levar longe, muito longe, a mui digna Universidade do Minho.

    Muito longe, desbravando, de permeio, novos caminhos no que à liberdade de pensamento e expressão diz respeito.

    Afinal, não somos todos filhos de Abril?

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  3. Essas taxas de 15% parece-me que já são habituais.
    Mas esse problema até era relativamente fácil de contornar.

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