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Avenida do Mal

O Engodo

Sócrates, secretário-geral do Partido Socialista, anunciou na pompa recente do partido a fundação da Res Publica, coisa com o objectivo de repensar as políticas da tal esquerda moderna, centro-esquerda - volver! O exercício, no entanto, é comum sempre que se aproximam batalhas eleitorais importantes, e as próximas, todas umas em cima das outras, obrigam a um esforço – este ano - quase filantrópico.

De todas as vezes, sejam elas Estados-Gerais, Novas Fronteiras, é a mesma receita. À massa cinzenta mais inconformada das bases do partido - arredada do Purgatório nesta altura - junta-se académicos independentes, dá-se sentimento de abertura q.b. e deixa-se apurar em criatividade o possível e o impossível. O resultado, depois de levado ao forno, é um partido motivado, cheio de ideias e um aparelho oleado para o combate eleitoral. O marketing e a publicidade lá tratarão de acomodar a iguaria aos olhos (mais do que a barriga) dos eleitores, sobre um prato de design moderno, enfeitado de um ou outro ramo de erva aromática e pó de perlimpimpim. Assim que comido e enfastiado, é o que se sabe, seguem-se 3 ou 4 anos de má digestão e afrontamento.

O mais interessante – e trágico, se calhar – é que a fórmula é reproduzida à escala das autarquias. Os caciques aproveitam a deixa e hipnotizam as massas no mesmo processo. De verdade, nunca como em advento de eleições autárquicas se consegue encontrar o mais motivado consenso em torno de uma candidatura, mesmo que esta já se prolongue na mais chata das sequelas. Nunca como em advento de autárquicas se consegue vislumbrar num edil uma aura de Obama em promessa de mudança mesmo contra a sua figura e mandato. É este, assim desfiado, o milagre da alternância em redor do próprio umbigo.

1 comentário:

  1. Não me voltam a enganar.
    Querem estender ramificações à esquerda para ganhar as eleições, eventualmente com maioria absoluta, invocando o voto útil e o perigo de vítória da direita e depois governam liberal esvaziando de propostas o PSD, que nem sabe o que inventar para se distinguir no meio de tanta similitude programática...
    É que agora até o estilo (arrogante) é igual!
    Haja a sufrágio propostas IDEOLOGICAMENTE diferenciadas e com possibilidades de vitória!Mas como, com o monolitismo existente, em que só o PS e PSD têm possibilidades de vitoria.
    Vou mesmo ter que deixar de votar!Estou farto de todos os mesmos e das mesmas politicas!

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