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Ideias para Braga: O Regresso do Eléctrico

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Eléctrico de Braga

O eléctrico é um meio de transporte muito utilizado ao longo do século XX, nas maiores cidades de todo o mundo. O eléctrico faz normalmente percursos turísticos, mas o facto de ter prioridade sobre os demais transportes terrestres leva a que se tenha tornado um meio de transporte rápido, utilizado por largos sectores da sociedade no seu dia a dia.

O eléctrico chegou a Braga em 1914, tendo muita popularidade até aos anos cinquenta. Em 1963, devido à acelerada degradação da qualidade do serviço prestado pelo eléctrico, a Câmara de Braga passa a priveligiar o uso de troleicarros, transporte que será utilizado até 1979. Tanto os troleicarros como o eléctrico circulavam em duas linhas: uma desde o Monte de Arcos até ao Parque da Ponte e outra desde o Elevador do Bom Jesus até à Estação de Caminhos de Ferro.

O eléctrico deixou muita saudade e a Braga do século XXI, moderna e acolhedora, não pode deixar de ponderar seriamente o regresso do eléctrico. A aposta não seria exclusivamente turística, uma vez que o eléctrico seria uma excelente alternativa a algumas das linhas de autocarros da TUB (parte das linhas 2, 7 e 24) e poderia servir, no imediato, a tão desejada e necessária ligação entre a Estação de Caminhos de Ferro e a Universidade do Minho, seguindo depois para o Bom Jesus.

Não é preciso viajar muitos quilómetros para beber o exemplo: os eléctricos voltam à Baixa do Porto já no próximo dia 21 de Setembro. E como seria electricamente pacificador percorrer estas ruas em que o granito quando molhado ganha mais vida...

14 comentários:

  1. Braga ficaria com certeza muito bem servida com duas ou três linhas de eléctrico. Este é um meio de transporte não poluente, o que acarretaria ainda mais benefícios.

    No caso do Porto, os eléctricos (antigos) estarão de volta à baixa mas há outros (os novos, chamados de metro) que andam pela cidade e arredores, procurando oferecer mais comodidade e rapidez aos utentes e um ar menos poluido à cidade.

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  2. Pedro Morgado,e porque não uns cavalinhos.

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  3. há uns tempos foram feitos estudos para a cidade ser servidas pelos trams (electricos modernos existentes na Bélgica e Holanda por exemplo). Estudos esses da parte da Engenharia de transportes, como o fizeram para o Metro do Porto. Mas nem sei em que pé está isso...

    Tram em Bruxelas, p.ex.: http://www.emich.be/images/miscold/tram-bruxelles.jpg

    http://www.tram.lu/gross-bilder/2007BruxellesTram2000.jpg

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  4. A ideia de fazer regressar o eléctrico a Braga é entusiasmante e só posso estar de acordo com o que aqui foi escrito! Apenas gostaria de apontar uma pequena rectificação acerca das datas: Os eléctricos circularam até 1963, ano em que foram substituídos pelos troleicarros, que se mantiveram até 1979.

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  5. Caro Pedro

    Tenho ido ultimamente ao Porto, mais precisamente à Foz. Cada vez que lá passava e via os trilhos do eléctrico ficava com a ideia: Porque não o retorno do eléctrico a Braga? Foste mais rápido. Porque não um único trajecto. Lembro-me do meu avô contar que o eléctrico ia até ao elevador do Bom Jesus. Fica a sugestão da linha centro - Bom Jesus.

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  6. Caro Paulo,
    Tem toda a razão. Está rectificado.

    Obrigado pela correcção.

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  7. O aproveitamento turístico/ transporte de uma rede de eléctricos na cidade de Braga iria reflectir um respeito pela história da cidade. O eléctrico iria trazer o “charme” de outros tempos. O eléctrico tem um conjunto de vantagens que por si justificaria a sua reimplantação no conjunto urbano, passando elas pela função turística, transporte sendo um transporte limpo.
    Penso ser o sonho te todos Bracarenses ver a circular este meio de transporte tão mítico na nossa cidade, pelo menos é o meu, e sei que não sou o único.
    Penso que este tema poderia ser motivo de uma petição para pressionar as forças políticas a olharem de uma forma séria para esta questão.

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  8. Ainda ontem falei neste assunto com a minha mãe! E ambos concordamos que o eléctrico seria uma opção fenomenal, a todos os níveis...

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  9. A ideia de voltar a ver eléctricos na cidade é formidável. A mim também me parece uma boa solução em termos de mobilidade no centro da cidade e considero que se devem fazer estudos nesse sentido. Acho que o maior problema poderão ser os custos e quem os suportará. Aproveito para aqui deixar uma sugestão a todos os participantes deste blog e principalmente ao seu autor. Caro Pedro já está disponível na página da câmara municipal de Braga um formulário para contribuição de todos no orçamento participativo. Espero que deixem lá as suas sugestões pois esta é oportunidade que todos têm de passar da simples critica à apresentação de propostas concretas. Eu já lá deixei as minhas.

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  10. Claro que o eléctrico é um excelente chamariz turístico, uma mais valia que algumas cidades souberam aproveitar por força das circunstãncias, como é o caso do Porto e Lisboa, que agora vêm um calcanhar de Aquiles transformado numa arma turística.

    A verdade é que nem sempre foi assim, e o saudosismo tem uma particularidade muito interessante: fazer esquecer os pontos menos positivos, daí esta defesa inequívoca do eléctrico, como que dizendo que o seu abandono foi um erro histórico.

    Ora facilmente poderão investigar que o eléctrico padecia de muitos males, particularmente em Braga, com sucessivos cortes de energia derivados de uma instalação pouco ortodoxa de toda a rede, o que implicava paragens constantes, sendo também um meio com pouca capacidade para grandes massas, limitado na sua zona de influência por via da circulação exclusiva em carris, etc.

    E se hoje o Turismo é de facto uma mais-valia de uma cidade como Braga, convenhamos que há 50 anos atrás não o seria certamente, sendo como é óbvio muito mais importante o factor mobilidade, levar as pessoas para onde efectivamente estas necessitavam.

    Como tal, e muito bem, equacionaram-se outros meios de transporte, os troleicarros (também movidos a electricidade), os quais possuiam muita mais mobilidade e significavam custos de investimento e exploração significativamente inferiores.

    Foi pois uma decisão racional à época, pelo que convém não enveredar pelo revisionismo histórico e tentar perceber o contexto daquele tempo.

    No entanto, tal como naqueles tempos, é preciso de facto repensar as políticas de mobilidade, não podendo uma cidade como Braga contentar-se simplesmente em ter uma boa rede de autocarros.

    Hoje as necessidades de mobilidade são muito mais exigentes e uma solução alternativa urge aparecer. Essa solução não será certamente o eléctrico conforme o senso comum o conhece. Pura e simplesmente não faz sentido, quer pelos custos que acarreta, quer pelas necessidades de fiabilidade e cumprimento de horários. É que um eléctrico funciona como uma linha azul, de paragem a pedido. Acham que tal corresponderia às necessidades actuais de mobilidade do grosso da população? Quanto muito do centro histórico, mas e o resto?

    O que Braga precisa realmente é de algo semelhante a isto:

    http://www.letram-clermontferrand.com/

    Um Tram, um metro de superfície, ou o que lhe queiram chamar.

    Mas mesmo assim, porque ter ideias é muito bonito mas é preciso saber como concretizá-las, estamos a falar de investimentos megalómanos, de rentabilidade duvidosa, que só seriam possíveis com um forte empenho por parte da Administração Central.

    Por isso, meus caros, usem e abusem do orçamento participativo, mas não esperem milagres...

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  11. Só uma espécie de reparo, os eléctricos são meios de transporte, até relativamente muito poluentes. Basta repararem que para arrastar uma "coisa" daquelas, é preciso imensa corrente, não confundir com tensão, e essa energia toda, vem de centrais que tanto são hidroeléctricas como centrais que queimam carvão, sendo que este expele imensos fumos....
    Se ao menos fossem máquinas recentes que usassem a energia eficientemente....

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  12. "máquinas relativamente poluentes" ...???
    Eu lá fui aprendendo que o atrito das rodas de aço sobre carris de aço é cerca de 10 vezes menor que as rodas de borracha sobre estradas de esfalto, e que, por conseguinte, a energia necessária para fazer mover os corpos é proporcional ao seu atrito.
    Certamente, o comentador anterior não utiliza transporte ferroviário (é disso que se trata) para se ter apercebido que AGORA, no século XXI, os "eléctricos" são ainda mais eficientes em termos de energia, são extremamente fiáveis, conseguem recuperar uma boa dose de energia eléctrica aquando das frenagens.
    E talvez não se tenha apercebido que os "eléctricos" podem - sim! - alimentar-se de energia eléctrica que, por sua vez, PODE ser gerada sem qualquer resíduo ou fumo ou CO2.
    (Sabe o que é um aerogerador ou uma central hidroeléctrica?? - há algumas no Alto Minho...)
    À parte destes considerados meramente técnicos, há também a importante questão da nomenclatura da Coisa: em Portugal, e já no século XXI, o vocábulo "eléctrico" (transporte) deve ser grafada como "metro" ou "metro ligeiro de superfície".
    Politicamente, faz toda a diferença. Porque é "eléctrico" é velho e rançoso e ruidoso e o "metro" é "clean", é urbano, é moderno, é bonito e - confirme-se! - faz parte do vocabulário de todos os políticos.
    E confirme-se também: "metro" é muito mais "in" do que "comboio" (outra palavra do sécuo XIX, logo, rançosa).

    Do ponto de vista técnico, são muito ténues e dificilmente decifráveis as diferenças entre estas três tipologias de transporte autoguiado e sobre carris (condição que bem pode definir o transporte ferroviário):
    - Todos estes veículos rolam sobre barras de aço;
    - Todos têm rodas de aço;
    - Todos são (podem ser) alimentados por sistema eléctrico;
    - Todos frenam (podem frenar) mecanica e electricamente;

    Do ponto de vista operacional, é também muito difícil destrinçar claramente as três tipologias de veículos:

    - a bilhética e tipologia de preços pode ser igual nos três meios;
    - a extensão dos serviços pode ser idêntica;
    - a capacidade de transporte pode ser idêntica (numa carruagem "Metro de Lisboa" cabem tantos passageiros como numa carruagem "CP Porto" ou no modernos "eléctricos" Siemens de Lisboa;
    - a bitola (distãncia entre carris) pode ser idêntica.

    Ou seja, definir onde acaba o "comboio" e começa o "metro de superfície" não é dado adquirido assim como também é difícil fazer distinguir este último de "eléctrico".

    Portanto, eu assumo que quando se fala de "eléctrico em Braga", provavelmente alguém está a visualizar um veículo tipo "metro do porto".
    O mesmo equivaleria pensar dos "veículos sobre carris" que circulam em dezenas de vilas e cidades da Suiça (esses pobrezinhos subsidio-dependentes).

    Viva o Caminho de Ferro.

    Dario Silva.
    www.ocomboio.net

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  13. E por falar em "eléctricos", eis dois dos velhinhos de Lisboa: http://www.maximishin.com/view.php?photo_id=1418&screen=0&cat_id=11&action=images&lng=

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  14. Caro Dario,

    Enviei-lhe e-mail para o endereço disponibilizado no seu site mas foi devolvido. Se puder enviar-me contacto, agradeço: pedroluismorgado@gmail.com

    Cumprimentos,
    Pedro Morgado

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