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O Estado da Coisa

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A graça mediática que sustentou Sócrates durante os primeiros anos de governação perdeu a piada. Primeiro surgiu o caso Charrua com o silêncio conivente do governo, depois o processo a Caldeira, seguiu-se o episódio de Vieira do Minho e soube-se, finalmente, que o Governo Civil de Braga havia participado às autoridades uma manifestação espontânea de vários cidadãos aquando da visita do Primeiro Ministro a Guimarães. Recuperar as declarações de Sócrates a propósito de idêntica manifestação em Abrantes (“tudo faz parte” da “festa da democracia”) evidencia o cinismo político de tudo isto.

Como se não bastasse a gravidade do que sucede, constatamos que a secretária de Estado Adjunta e da Saúde revela não ter percebido absolutamente nada do que se passou nas últimas semanas. E como ela, parece que todo o Governo se mantém obstinadamente autista, ciente de que está no caminho certo por muitas que sejam as evidências em sentido contrário.

Se a moratória dada ao estudo de alternativas à OTA não trouxer mais que jogada política de ocasião, a coisa fica definitivamente complicada. E nem as atoardas de Mário Lino gozarão da indiferença anímica das outras vezes. Enquanto vamos assistindo alegremente a um desfilar esquizofrénico de desmesurado dislate, a política vai-se degradando e os políticos vão desvanencendo a ponta de credibilidade que ainda lhes restava. A coisa não está definitivamente para brincadeiras.

1 comentário:

  1. Parabéns pela simplicidade da sua exposição. Partilho da sua preocupação.

    searavermelha

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