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Do Estado da Educação

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Confesso a minha falta de preparação para debater as questões mais teóricas da educação. Nunca passei de um aluno que se interessa por elas. No entanto, o que por aqui vejo custa-me a ler e, depois, a crer que li. Dói-me que num blog em que escrevem professores (e eu tive e tenho tantos professores de qualidade - sempre no ensino público) se desça ao nível da clubite tantas vezes presente nos confrontos entre claques de futebol. Têm aqui todos os ingredientes: os ataques pessoais; os que se escudam perante o anonimato; e os que escrevem com pseudónimos para animar o debate e fazer parecer que a sua opinião é muito boa, porque sustentada por ainda mais anónimos.

O ataque ad hominem representa um esvaziar de argumentos e um render perante a evidência de que não se tem arcaboiço para debater ideias com quem sabe defende-las melhor que nós. É, de facto, mais simples atacar as pessoas do que as suas ideias.

Imputar toda a responsabilidade à classe docente é de uma enorme injustiça e de uma cruel desonestidade política e intelectual que só pode sustentar-se em propósitos pouco educativos e, quem sabe, partidários. A ideia de que é necessário mostrar ao país que todas as classes, com excepção dos políticos, são a culpa de todos os nossos males é um instrumento de manipulação da opinião pública essencial para a prossecução das políticas deste governo. E há quem embarque no devaneio.

Eu embarco pelo humanismo. Deixemos o eduquês para os liberais.

4 comentários:

  1. Meu caro Pedro, embora não sinta que a critica me atinja pessoalmente a mim - afinal, é o pedro que desautoriza ataques ad hominem - atinge o espaço que eu criei e mantenho.
    E por lá procuro estimulá-lo a clarificar meljor do que fala quando fala em humanismo, liberalismo e o resto.
    Porque não adianta criticar-se os outros, se enveredarmos pelo mesmo caminho.

    Note que a mim não me dói tanto como a si, mas apenas me deixa curioso.

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  2. E desculpe-me lá o segundo comentário. Algumas das pessoas que aparentemente considera anónimos, só o são porque não seguiu os seus links de identificação pois, em quase todos os casos, são pessoas facilmente identificáveis.

    Mas anónimos ou não, isso não invalida as ideias que tenham e que, ao contrário do que afirma, não se limitam a ataques pessoais.

    Talvez tenha lido demasiado depressa tudo e concluído do mesmo modo.

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  3. Pedro
    Ao contrário de algumas outras opiniões, gostei muito do seu comentário a esta questão.
    Como alguém disse, os homens grandes discutem ideias, os médios discutem factos e os pequenos discutem pessoas.
    Não sou professora, por opção, mas não aceito que se incluam no mesmo saco os bons e os maus (parece estar visto, infelizmente e como em todas as profissões, que os há) professores, os quais me merecem, na generalidade, o maior respeito.
    Também eu sou pelo humanismo. HUMANISMO é HUMANISMO. Toda a gente entende a semântica holística, não compartimentemos o conceito, ao jeito de cada um.
    Parabéns.

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  4. numa palavra:

    WALDORF (via wikipedia, pa variar)


    www.motoratasdemarte.blogspot.com

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"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

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