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Avenida Monumental

A Fonte do Ídolo, à Margem da "Avenida Monumental"

Falando em “avenida monumental”, no que diz respeito a Braga, mais facilmente nos vem à memória a Avenida da Liberdade, de projecção bem mais recente que esta outra, mais carismática, que dá o nome ao blogue. Por muito que o aspecto pesado e titânico da Avenida da Liberdade, representativa do contexto político em que grande parte dos seus edifícios foram construídos, esteja hoje esmorecido pela degradação dos edifícios que a rodeiam, ela continua a ser uma das principais artérias de Braga, e o “sambódromo” do S. João.

No entanto, esta pequena nota tem como alvo, não a grande avenida mencionada, mas sim a Fonte do Ídolo, conhecida de muitos bracarenses. O agora mais reduzido e claustrofóbico espaço da fonte, terá sido já um local bastante idílico, ou mesmo místico, num cenário tendencialmente rural: um penedo natural, com diversas inscrições latinas e esculturas, uma nascente... um espaço de culto a Tongoenabiago, no arrabalde de Bracara Augusta.

Não tenho como objectivo aqui criticar a valorização mais recentemente realizada, que me parece ter resultado bem, dentro do possível, mas apenas reflectir como um espaço, que não tendo sido necessariamente monumental, mas pelo menos de forte simbolismo, passou completamente à margem do urbanismo do século XX. E entretanto, só mesmo no final do século teve direito a musealização que a devolveu aos olhares do público.

Agora, que uma monografia do monumento veio a público, revelando as mais recentes interpretações do espaço, esperamos que o Município dê valor a esta sua fonte, e que uma nova dinâmica lhe conceda de novo uma utilização pública.

Fotografia © UAUM

5 comentários:

  1. "A nossa memória não é curta nem selectiva...". Esta é a frase com a qual Henrique Barreto Nunes termina a "Nota Introdutória" de um texto de Francisco Sande Lemos sobre a Fonte do Ídolo (disponível no site da ASPA : http://www.aspa.pt/entreaspas/ea20021230.htm e http://www.aspa.pt/entreaspas/ea20030113.htm ).

    O pior é que a maior parte das vezes a nossa memória é curta, demasiado curta...

    A "Fonte do Ídolo" que hoje temos é fruto de uma história na qual o património não esteve (e agora está?!) entre as prioridades, à semelhança do que se verificou noutros pontos da cidade.

    Gonçalo Cruz é benévolo ao usar as expressões "o agora mais reduzido e claustrofóbico espaço da fonte" e "a valorização mais recentemente realizada, que me parece ter resultado bem, dentro do possível"….

    No texto também é dito "Fonte do Ídolo, conhecida de muitos bracarenses". O que me preocupa é o facto de a Fonte do Ídolo ser DESconhecida de muitos bracarenses…

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  2. Já visitaram a estação de Braga? O que lá há de Histórico? Alguém sabe explicar a utilidade do largo deserto ao lado da estação? Enfim reparem no que existe ou não naquele local!

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  3. Cara Lois Lane,

    A expressão usada por Henrique Barreto Nunes faz todo o sentido, ou pelo menos eu assim gostaria que fosse, que a nossa memória não fosse curta. Curiosamente, uma das interessantes tarefas da História e da Arqueologia é fazer com que a memória nos seja avivada de vez em quando...
    Mas infelizmente, sim, temos a memória curta em muitos aspectos. No caso de Braga, devemos admitir que a cidade não teve uma relação propriamente harmoniosa com o seu Património histórico, particularmente ao longo do século XX.
    Contudo, a Fonte do Ídolo encontra-se preservada, e aberta ao público. Cabe ao Município e aos cidadãos contribuir para a sua fruição e dinamização.

    Relativamente ao segundo comentário, na Estação de Braga existem de facto mais-valias históricas, como o edifício da antiga estação, do século XIX, e a estrutura de banhos da Idade do Ferro, perto do acesso ao estacionamento, sobre a qual conto vir a escrever aqui. Se no caso da Fonte do Ídolo a valorização efectuada foi, conforme opinei, a possível, já no caso do balneário castrejo da Estação penso que a musealização foi feliz, e resultou bem, apresentando aos transeuntes um monumento insólito e inesperado naquele local.
    Cordialmente

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  4. Falta divulgação dos monumentos históricos da cidade, mesmo motivando os jovens através de visitas frequentes a esses locais.Mesmo os reformados quando o Municipio, contribui ou organiza passeios das autarquias, deviam visitar o nosso património Histórico.Por exemplo na estação de Braga devia haver divulgação e documentação sobre o património da Região.

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  5. Talvez um Teleférico entre a estação CP e um local da cidade fôsse um bom serviço a prestar aos Turistas que utilizam esta porta de entrada da cidade.

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