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Ebulição Educativa

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Braga acolheu a maior manifestação de docentes na contestação ao modelo de avaliação de docentes que está a ser imposto pelo Ministério da Educação, com o apoio militante de um tal Albino Almeida e o silêncio estratégico do Presidente da República.

A ideia de pelejar contra os docentes não augura nada de bom para o futuro da escola pública. Mesmo admitindo que, como afirma Vital Moreira, «raramente os próprios profissionais de um sector podem ser agentes de reforma desse sector», a verdade é que a reforma também não se consegue contra os profissionais de determinado sector.

[imagem via abnoxio]

6 comentários:

  1. Perdoem-me a opinião, mas julgo haver barulho a mais.Vejamos os Professores ainda são uma classe merecedora de benesses e fica mal esta atitude de vitimização.Coisas existem erradas, pois bem os alunos são disso exemplo, chegam ao ensino superior pagam propinas e exigem-lhes avaliações continuas apesar duma carga horária excessiva. mas ninguém fala.Os reformados perdem poder de compra e ninguém fala, conclusão todos somos sempre avaliados e temos de cumprir sempre a nossa missão.O País está mal, mas não são os Professores as maiores vitimas, têm é estruturas de defesa que os outros não têm.

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  2. Que Santa Paciência nos ajude a suportar duas cruzes: um governo que só nos pede sacrifícios e os professores que não querem ser avaliados, que querem trabalhar cada vez menos e ganhar cada vez mais.
    Começa a faltar pachorra.
    Um dia destes mudo-me de vez para Vigo.

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  3. Só um "anormal" como o comentador anterior é que ainda pode continuar a dizer que os professores não querem ser avaliados. Os que os professores não querem é ser avaliados com coisas do tipo:
    - Licenciados a avaliar "mestrados" ou "doutorados"
    - Ser avaliados por parâmetros do tipo "disponibilidade" "postura"...e tudo isto em três aulas assistidas
    - Etc; etc;....
    Pecebes ó ignorante?

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  4. Há um facto que sempre me deixou de pé atrás nesta coisa toda. Quando isto tudo começou: e isto da avaliação não é de agora, já tinham sido lançadas as bases à alguns anos. A Fenprof declarou que era absolutamente contra. Como em quase tudo (não sei se seria de alguma direcção lunática que por lá teriam) eram contra absolutamente tudo, quer fosse positivo, apenas parcialmente positivo e negativo. Confundindo tudo. Perderam credibilidade. E, não fosse essa época, ainda tão recente, até sentiria mais simpatia por esta causa. Mas a verdade é que os professores têm o bom senso de dizer que não são, pura e simplesmente, contra a avaliação como dizia a Fenprof. Mas nas ruas não é isso que se vê. Pede-se à ministra para sair, pede-se para acabar com as reformas. Mesmo a oposição, opõe-se apenas em pormenores.

    E alguns até são imensamente discutíveis: como o de partir do pressuposto que se um professor der notas mais altas, vai ter melhor classificação; da minha experiência (se bem que já universitária - por isso, deverá ser interpretado na devida proporção - um professor que passe 90% dos alunos, no ano seguinte não dá aulas. Um professor que não passe 90% dos alunos, é apenas avisado para ser mais "discreto". Na devida proporção - e é evidente que não defendo 90% de chumbos ou 90% aprovações "artificais" - mas nem uma coisa nem outra significam, necessariamente, que o professor é bom ou mau. Pode ser uma coisa ou outra, o que significa é que não está a estabelecer padrões de exigência adequados. Considerar que os professores que derem notas mais altas vão ter melhores classificações é completamente fantasioso.

    Mas concordo em absoluto noutros dos "grandes problemas" (oh sim): os professores avaliarem outros professores e "não terem tempo para dar aulas". Enfim, isso - não ter tempo - já acontece com quem assume cargos directivos nas escolas. Mas, a sério, acho que sim: devem contratar gente de propósito. E claro, nunca professores, que esses têm de dar aulas. Vamos contratar agricultores, psicólogos, padeiros, engenheiros, 'garçons', empresários, etc. Esses devem fazer uma avaliação mais justa do que os seus pares (sinceramente ainda não percebi, mas é esta a alternativa que propõe os professores? A sério que prefeririam isso?). Ou então vamos criar uma carreira de "avaliadores" de "inspectores". Faz falta engordar o Estado.

    Isto no fundo é mesmo problema que no resto da função pública. A história do pseudo direito adquirido do "emprego para a vida" na santa função pública. Da garantia de se subir de escalão e chegar ao topo, pelo decurso do tempo, e não pelo mérito. Não podem ser todos excelentes ou muito bons. Se um é mais excelente do que os outros, eleva a fasquia (nem mesmo as quotas, que ainda são largas, máximas de classificações afrontam isto).

    Claro que querem ser só avaliados pelos resultados dos exames nacionais. Como se fossem eles, muitas vezes, a ensinar esses alunos e não explicadores desde tenra idade.

    Anónimo:
    «Só um "anormal" como o comentador anterior é que ainda pode continuar a dizer que os professores não querem ser avaliados. Os que os professores não querem é ser avaliados com coisas do tipo:
    - Licenciados a avaliar "mestrados" ou "doutorados"
    - Ser avaliados por parâmetros do tipo "disponibilidade" "postura"...e tudo isto em três aulas assistidas
    - Etc; etc;....
    Pecebes ó ignorante?»

    Eu não era esse tal anónimo, mas há-de verificar que a experiência profissional é tida como tão ou mais importante do que um curso. Há-de verificar que muitos empregos pedem licenciados ou pessoas com um tempo mínimo de experiência profissional.

    «e tudo isto em três aulas assistidas»
    Nunca teve aulas com estagiárias? Cada uma tinha direito a três aulas assistidas. Qual é o grande receio, mesmo? Existem outros critérios.

    A disponibilidade e a postura são bastante importantes. Assim por alto, arrisco-me a dizer que, em todos os anos da minha vida de estudante, havia sempre pelo menos um professor que faltava bastantes vezes. Esse "cancro" estaria limpo do sistema. Se entender disponibilidade e postura como modernização e utilização de novas técnicas educativas - tecnologias e instrumentos, não percebo como poderá ser contra. Se entender postura como "atitude", parece-me perfeitamente legítimo. É algo que se faz em qualquer empresa privada: e apenas refiro empresa privada, por serem exemplos de boa gestão, gestão racional. Quem não produz, quem não contribui, quem não tem prazer no que faz, etc, etc; não deve ser professor. Mais verdade esta afirmação se torna, quantos mais novos professores concluem a universidade. Se há oferta em excesso, nada deve garantir que os que lá estão actualmente devam ficar até à reforma: a tal ideia nefasta do não mero emprego para a vida, mas do emprego garantido, com subida ao topo garantida. Uma quebra terrível nos direitos adquiridos...

    O problema, mesmo, é que optam por ser contra coisas a mais. Coisas que não têm razão em ser contra. E com isso perdem credibilidade e dão força a quem quer impor as reformas e transmitem uma ideia errada à sociedade civil a que o Vital se refere.

    Eu admito perfeitamente que me tenham escapado alguns pontos de contestação (e até zelo por me manter a par da actualidade e bem informado). Pensem porquê. Vejam as notícias. De um dia de notícias, tentem perceber exactamente (tudo) em relação a que é que eles, os professores, estão contra. É impossível. Como o primeiro anónimo referiu: barulho, barulho, barulho. Admirem-se que depois não tenham o apoio do resto da sociedade civil.

    É provável que a forma da condução de certas políticas reformistas esteja a ser demasiado brusca. A forma, não a política. Mas quando dizem "Ministra para a rua", isso é estar unilateralmente contra toda e qualquer reforma. Quando dizem isso, é impossível esperar diálogo. Quando a Fenprof, desde o início da legislatura, se opõe radicalmente contra tudo e mais alguma coisa, com ou sem razão (e nunca tinham, nem remotamente, razão em mais de metade das coisas), perdem credibilidade e legitimidade enquanto corporação. Dois anos mais tarde, isso reflecte-se, infelizmente, naqueles que a Fenprof "representa". Se o Ministério hoje não dialoga com os professores - e porque nunca dialogo com a classe toda, mas com os seus representantes), parece-me que será uma consequência desses tempos.

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  5. http://www.min-edu.pt/np3content/?newsId=314&fileName=decreto_regulamentar_2_2008.pdf

    Podia-se aproveitar para distribuir, no dia 8, um questionário, para avaliar o conhecimento do decreto regulamentar que vai regular a avaliação dos docentes. Tenho a certeza absoluta que os resultados seriam... vergonhosos, para a classe.

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  6. Respeitar ideias, ter opinão, manter o diálogo com algum nivel são também sinais de educação e cultura, mas se a primeira começa no berço a segunda necessita de ser adquirida com trabalho, leitura, experiência e tempo.Vale sempre a pena ler um Blog onde a liberdade de opinião tem lugar.Quanto aos srºs Professores devem estar serenos, porque como tudo neste País, é só fumaça e o bom senso irá triunfar, embora se mantenham as avaliaçõe de forma diferente e após acordo entre os representantes das partes.

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