Avenida Central

Norte de Portugal e Galiza: Um Futuro Comum?

| Partilhar
A EuroRegião Norte de Portugal - Galiza começa a ganhar adeptos nos mais variados quadrantes políticos. A língua, a cultura e a religião comuns são alguns dos argumentos dos entusiastas apoiantes do aumento da cooperação e das relações transfronteiriças entre o Norte de Portugal e a Galiza.

Do lado galego, têm sido dados passos concretos no sentido de uma verdadeira cooperação transfronteiriça. Desde logo, o facto da língua portuguesa poder vir a integrar os currículos dos estudantes galegos. É que, a ideia de que o galego é uma variante dialetal da língua portuguesa reúne hoje um vasto consenso, sendo estudado a par com as restantes variantes do português nas universidades e centros de investigação linguística (1). Do ponto de vista económico, é interessante destacar que o facto de a ANA (Aeroportos Nacionais) reconhecer que o aumento do tráfego do Aeroporto Sá Carneiro se deveu a uma campanha de marketing desenvolvida na Galiza. É um sinal concreto da atenção que as empresas portuguesas estão a dar ao mercado galego (aqui tão perto).

Do lado galego, a vontade política existe. Neste capítulo, importa sublinhar as declarações do Presidente Galego, no passado dia 1 de Junho:

Neste sentido, Pérez Touriño suxeriu que “debemos ser ambiciosos” e as rexións deben xerar ideas que se poidan aplicar en toda Europa, “contribuíndo ao desenvolvemento de comunidades máis cohesionadas, dinámicas e respectuosas co medio, nas que os cidadáns teñan a oportunidade de prosperar”. Referiuse á eurorrexión Galicia-Norte de Portugal como exemplo en materia de cooperación territorial Europea.
O presidente galego expresou que a política rexional reflicte, “mellor ca ningunha”, esa “solidariedade de feito” á que se refería Jean Monet. Así, destacou a “solidariedade e a cohesión territorial” como eixes desta política grazas á cal, territorios como Galicia e Portugal “progresaron enormemente”.

Enquanto se processa a reaproximação cultural, económica e linguística, surgem algumas ideias de unionismo com a proposta de criação de uma região (nação?)denominada Galécia. Ideias sem grande expressão, defendidas numa mão cheia de blogues anónimos.

Os próximos anos serão fundamentais para a criação de laços fortes que aproximem estas duas regiões tão próximas mas ainda tão distantes. Haja vontade política.

24 comentários:

  1. Essa "cooperação transfronteiriça" já se faz no dia-a-dia de muitas pessoas, no trabalho e no lazer. É ao nível político que surgem mais obstáculos.

    A ideia de mais uma "nação" não faz sentido, quando a tendência é precisamente a inversa. O que não é mau desde que se respeite e valorize a diversidade cultural.

    A ideia de fronteira é um "absurdo" civilizacional.

    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  2. Parece-me que a vontade de aproximação tem vindo a crescer ainda mais nos últimos anos.
    Primeiro foram os galegos a demonstrar interesse, com várias divulgações televisivas e reportagens produzidas pelos próprios divulgando o Minho; mas parece que agora ambas as partes demonstram boa vontade.

    ResponderEliminar
  3. Concordo em que o problema é a falta de vontade política dos poderes em Madrid e Lisboa. Lá não percebem a nossa realidade comum. De facto na Galiza não é possível ver as tv's portuguesas nem escutar as rádios do sul do Minho, violando as indicações chegadas desde as instituições europeias. Isso é algo que não depende de nós... ou sim? O norte de Portugal precisa da Galiza tanto como nós precisamos de vós. Só e questão de tempo, o futuro é nosso.

    Gustavo Harvey

    ResponderEliminar
  4. A ideia romântica de melhorar e institucionalizar as relações entre um Norte de Portugal e Galiza com um património cultural e linguístico comum peca por estes entusiasmos nacionalistas Galaicos que se assemelham muito à podridão dos extremismos. Ao Norte muito interessa que a regionalização se faça, rejeitada até por cá no referendo de 98, mas não faz mais que berrar por ela, é preciso envolver tudo e todos, e os bloggers do Minho têm essa responsabilidade. Só me custa ver estes novos regionalistas do centro-direita a acordar para o problema quando a merda já lhes morde os calcanhares - é o que dá a hipocrisia. Mas bem-vindos sejam.

    P.S.: Não digas é que o Galego (que já é mais acastelhanado que outra coisa) é uma variante do Português, é sobretudo o contrário. :)

    ResponderEliminar
  5. Caro Vitor,

    Não sou eu que digo até porque disso percebo muito pouco. Limitei-me a citar uma fonte (e coloquei o link da mesma).

    Sei que Português e Galego têm uma raiz comum: o galaico-português.

    ResponderEliminar
  6. No que a mim diz respeito, a cultura e modo de viver galegos dizem-me mais que o modo de vida de outras regiões portuguesas. Logo não vejo problemas à aproximação.
    (Mas eu sou suspeito a falar porque vivi muito tempo perto da Galiza.)

    ResponderEliminar
  7. Sim. Concordo Pedro. Também lapsei. Mas quanto à língua e aproximação recomendo esta reportagem que atesta da tentativa de Madrid em anular estas muito nobres intenções nossas:

    http://www.youtube.com/watch?v=OJMrULZb850

    Seremos capaz, do lado de cá, de responder da mesma maneira que os irmãos do outro lado da fronteira norte?

    ResponderEliminar
  8. Ó pimenta,

    a regionalização não é da esquerda nem da direita... Estava o debate a correr tão bem e tinhas que vir para aqui com guerras partidárias...

    o debate é outro neste momento!

    ResponderEliminar
  9. Sempre se mostrou como uma boa forma de combater os consecutivos esquecimentos do nosso poder CENTRAL. Já há muito que a região norte se deveria ter virado para a Galiza... ainda vamos a tempo.

    ResponderEliminar
  10. Certo é que sería moi importante, tanto para a Galiza coma para Portugal, a existenza real dunha euro-rexión Galiza-Norte de Portugal para aumentar o peso destas na Unión Europea. Mais sei tamén que esa euro-rexión non se poderá facer sendo a Galiza unha rexión integrada en Portugal, senón sendo a Galiza un estado independente para poder falar de ti a ti cos vecinhos do norte.

    ResponderEliminar
  11. A idea é boa, téñoa apoiado en Ribadeo, ribadeando, e ademáis é respaldada pola historia. O que dubido é que sexamos quen de levala a cabo por varias razóns. Unha delas, pero non a única, é creo que hai un certo medo, tanto en Portugal como en España de que unha asociación así poidera romper o estado ou enxendrar unha nova potencia económica que cambiara o balance actual.

    ResponderEliminar
  12. Temos muitos laços culturais com o povo galego! Eu sinto-me bem na Galíza sempre que lá vou! Estou a favor de qualquer tipo de iniciativa que rompa a nossa fronteira!

    ResponderEliminar
  13. Eu acho que o facto de existir (de chegar a se realizar) uma Euro-região, faz com que a ideia duma "nação" que contenha a Galiza e o Norte de Portugal seja algo quase absurdo, que encontraria muita resistência no resto dos dois estados (Portugal e Espanha), e dentro das regiões interessadas.

    A questão da língua é central. A Galiza segue a rejeitar a realidade: o galego é português (ou galaico-português). A imposição duma normativa castelhanizante a neo-falantes, apoiada por um controle quase policial da imprensa e o mundo editorial por parte da Academia Galega e do governo da Xunta, criou a consciência, contrária aos critérios filológicos, de que o galego é uma língua distinta. Está claro que o galego é possuidor dum vocabulário que pode ser até muito diferente do português, mas as diferenças lexicais são mínimas comparadas com as coincidências gramaticais. De cambiar o modelo ortográfico actual, um português do Algarve não teria qualquer problema para entender um texto escrito por um galego de Ribadeo (por citar os extremos mais distantes de ambos territórios).

    Os governos não podem virar as costas a uma realidade económica inelutável: o norte de Portugal e a Galiza são um mercado de vários milhões de indivíduos e, em poucos anos, uma única cidade percorrerá a costa desde A Corunha até o Porto quase sem interrupções. Nunca houve tantos turistas a cruzar o Minho em ambos sentidos, nem tantos matrimónios galaico-portugueses. É só questão de não perder o tempo e não entorpecer um processo que gente já pôs em marcha.

    Excelente comentário, Pedro!

    ResponderEliminar
  14. Texto absolutamente certo e pertinente. Há que libertar as amarras de Lisboa e Madrid e juntar esforços no Noroeste Peninsular.

    ResponderEliminar
  15. Eu vejo esta aproximação com muito bons olhos.

    ResponderEliminar
  16. sobre esta importante questão, ofereço a minha entrevista à agal:
    http://www.agal-gz.org/modules.php?name=News&file=article&sid=3511
    um abraço.
    José Cunha-Oliveira

    ResponderEliminar
  17. a verdade é que por muito que a lingua da Galiza seja diferente da do norte de Portugal, Norte e Galiza são uma nação, uma verdadeira nação constituida por Galegos.
    Como uma vez li pela net, "a Galiza até podia falar Chinês, que continuava a ser uma naçom com o norte de Portugal, pois ambos os povos são Galegos".

    Portugal é tal como Espanha, um conjunto de nações, com vários povos, Galegos, Lusitanos e Algarvios.

    Eu como sou a favor das verdadeiras nações, as nações carnais, claro que sou a favor duma Galécia com Galiza e Galiza Sul (Norte de Portugal)
    É ridiculo a nossa naçao estar separada por causa de questoes imperiais.

    Ainda vamos a tempo de corrigir o erro Afonsino de nos juntar aos mouros
    Lutemos pela nossa verdadeira naçao, o noroeste peninsular, a Galécia.

    Carlos

    ResponderEliminar
  18. Eu como minhota vejo com bons olhos esta união, aliás nós minhotos temos muito mais afinidades com a Galiza do que com qualquer outra região de Portugal. Sem qualquer dúvida sou a favor da Galécia.

    ResponderEliminar
  19. tambem sou a favor da Galécia, a Galécia ficou dividida a meio, especialmente a região do Minho ficou completamente dividida a meio.
    Portugal e Espanha, Galécia estar dividida a meio, é das coisas mais absurdas que há.
    O parque do Gerês, parque natural dividido a meio, aldeias foram divididas a meio.

    Nós somos Galegos e devemos ter o nosso proprio país, não devemos andar ao sabor do que castelhanos e lusitanos querem fazer ou acham melhor para nos.

    eu quando ia ao algarve, ja desde pequeno, quando ainda era ignorante e ia nas cantigas do portugal, ja sentia que Algarve era uma regiao à parte, um país à parte. Quando foi à Galiza aos 11 anos, fora a lingua, senti que era igual. As pessoas são as mesmas, afinal de contas somos ambos Galegos.

    Só um traidor da nossa nação pode defender a separaçao galega e defender este Portugal sem sentido.
    O verdadeiro Portugal é o norte, o sul é mourada.

    ResponderEliminar
  20. "defendidas numa mão cheia de blogues anónimos."

    blogues anonimos!!!?? dá-me ideia que não gosta nada deles e quer desprestigia-los dizendo que são anonimos.

    Mas o seu blogue e o de 99% das pessoas também não serão anonimos?

    É preciso meter agora a foto, morada, numero de telefone, falar da vida pessoal toda, para podermos ter blogues??

    nos blogues discutem-se ideias, ideais, apresentam-se noticias, pontos de vista, não é para apresentar a vida das pessoas.

    Enfim, voces arranjam cada argumento para desprestigiar a luta galaica. É mentiras, aldrabices, coisas insignificantes, absurdas, enfim..

    continuem lá a acreditar no vosso rectangulo galego mouro-lusitano-algarvio, continuem a lamber o cuzinho aos lusitanos e a destruir e trair a nossa identidade e verdadeira nação Galaica.

    Voces aceitam o que vos dão, não lutam pelo correcto. Se o rectangulo fosse cortado do norte de PT a Madrid na horizontal em vez da vertical, hoje também todos defenderiam esse absurdo..

    ResponderEliminar
  21. Caros compatriotas já é hora de deixarmos as lamentações de lado e procurarmos o nosso próprio caminho...

    Temos o território, temos o povo, temos a língua, temos a cultura, falta-nos a iniciativa...

    Visitem e tirem as vossas próprias conclusões.

    http://www.forum-gallaecia.net

    Por uma só Gallaecia unida.

    Saudações

    ResponderEliminar
  22. Não sei se é absolutamente importante que a ideia de território físico e político tenha de acompanhar a 100% a ideia de identidade comum e nação comum. Mas pelo menos, isso sim, é necessário que acompanhe de perto. Por isso esta nação que sempre existiu (embora sem território físico independente) necessita de uma automia política muito maior relativamente aos dois países de forma a não atrapalhar a identidade e ligação que existe na prática entre as populações. Quando a política feita por governos imperalistas (como Lisboa e Madrid) atrasa e atrapalha a ligação que na prática existe algo vai mal no espírito democrático. É portanto necessário que estas populações (nós do norte e os irmãos galegos) tenham um governo autónomo transfronteiriço (isto sim uma autonomia moderna a nível europeu) que permita resolver as questões mais importantes como mobilidade, língua, reconhecimento de cursos, trabalho, relacionamento económico etc etc etc. Pelo menos isso.

    ResponderEliminar
  23. Eu acho como minhoto o norte devia estar mais virado para a galiza que para lisboa.
    Ja que quando investem em portugal fazem-no mais na zona sul, tambem se ve que quando a galiza aposta no norte o norte se beneficia.
    Eu aposto na regionalizacao com um norte forte e uma aposta na galiza e no seu mercado.
    Sinto-me melhor na galiza que no algarve porque sera?
    a resposta e simples nos e o povo galego somos o mesmo povo divido por 2 paises que se afastaram por completo
    Viva o norte e a galiza como uma nacao interligada por uma europa comum

    ResponderEliminar
  24. Das pessoas que aqui falaram há transmontanos ou são todos minhotos?

    ResponderEliminar

Antes de comentar leia sobre a nossa Política de Comentários.

"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

Pesquisar no Avenida Central




Subscreva os Nossos Conteúdos
por Correio Electrónico


Contadores